Procrastinação é só falta de disciplina?

Entenda como suas emções fazem você adiar.

Procrastinação é um hábito comum que pode afetar tanto o desempenho acadêmico quanto o profissional. No entanto, pesquisas recentes indicam que a procrastinação pode estar profundamente ligada à nossa capacidade de lidar com emoções negativas, como ansiedade e frustração. Vamos explorar o que isso significa e como melhorar a regulação emocional pode ser a chave para superar esse desafio.

A Procrastinação e o Papel das Emoções

A procrastinação nem sempre é uma questão de falta de disciplina ou de planejamento. Muitas vezes, ela surge como uma forma de evitar emoções desagradáveis que aparecem ao encararmos tarefas desafiadoras. Ao adiar essas tarefas, sentimos um alívio momentâneo, mas, a longo prazo, enfrentamos problemas que vão desde a perda de produtividade até o estresse e a ansiedade.

Estudos Comprovam a Importância da Regulação Emocional

Pesquisadores realizaram três estudos que abordam essa relação entre procrastinação e habilidades de regulação emocional:

•⁠ ⁠Estudo 1: Analisou a relação entre habilidades emocionais e procrastinação em 172 estudantes universitários. A capacidade de tolerar emoções aversivas, como o tédio ou o desconforto, foi um fator determinante para evitar a procrastinação.

•⁠ ⁠Estudo 2: Testou a influência contínua da regulação emocional sobre a procrastinação. Estudantes que conseguiam adaptar suas emoções frente à pressão apresentaram menos procrastinação, sugerindo que a capacidade de modificar emoções é essencial para combater esse hábito.

•⁠ ⁠Estudo 3: Realizou uma intervenção prática, onde os participantes aprenderam a lidar com suas emoções em tarefas aversivas. Esse treinamento reduziu significativamente a procrastinação, reforçando a ideia de que desenvolver resiliência emocional é um método eficaz para lidar com o adiamento de tarefas.

Como Funciona a Regulação Emocional?

A regulação emocional envolve diversas habilidades que ajudam a pessoa a lidar com o desconforto sem recorrer à procrastinação. Entre elas estão:

•⁠ ⁠Resiliência emocional: tolerar emoções negativas sem abandonar as tarefas.
•⁠ ⁠Modificação emocional: técnicas para mudar o estado emocional, como relaxamento e reinterpretação do valor da tarefa.

Como Desenvolver Habilidades de Regulação Emocional?

Essas habilidades podem ser treinadas com práticas simples, mas eficazes. Seguem algumas dicas:

1.⁠ ⁠Nomeie suas emoções: Ao enfrentar uma tarefa difícil, identifique o que sente (ansiedade, frustração, tédio) e reflita sobre o motivo dessas emoções.
2.⁠ ⁠Aceite o desconforto: Evitar emoções negativas só reforça a procrastinação. Aceitar que a tarefa pode ser difícil ajuda a avançar. Técnicas milenares de mortificação podem te ajudar. Um exemplo é o café sem açúcar, para quem não é acostumado.
3.⁠ ⁠Mude seu foco: Reflita sobre o que a tarefa representa para seus objetivos de longo prazo, para que o desconforto seja substituído por uma visão positiva do progresso.

Procrastinação e Saúde Mental

Procrastinar pode levar a um aumento do estresse e da ansiedade, criando um ciclo que prejudica a saúde mental. Treinar habilidades emocionais não só reduz o adiamento de tarefas, mas também promove um maior bem-estar, transformando a forma como lidamos com os desafios diários.

Conclusão: A Importância de Investir na Regulação Emocional

Para muitos, superar a procrastinação parece difícil. No entanto, os estudos indicam que focar em desenvolver habilidades de resiliência e modificação emocional pode ser o caminho para atingir melhores resultados na vida pessoal e profissional. Se você está pronto para lidar com suas emoções e quebrar o ciclo de procrastinação, vale a pena investir em práticas de regulação emocional.

⁠A chave para o progresso não está em evitar o desconforto, mas em aprender a enfrentá-lo de forma saudável e construtiva.

Referências

Eckert, M., Ebert, D. D., Lehr, D., Sieland, B., & Berking, M. (2016). Overcome procrastination: Enhancing emotion regulation skills reduce procrastination. Learning and Individual Differences, 52, 10-18. doi:10.1016/j.lindif.2016.10.001

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